terça-feira, 23 de janeiro de 2018

RECLAMAR DA VIDA...



Hoje pela manhã ouvi o despertador, abri os olhos e vi a claridade do sol, levantei e fiz minhas necessidades fisiológicas, escovei meus dentes, lavei meu rosto, olhei para o espelho e pensei: Sou uma pessoa privilegiada, obrigado!!!

Ronaldo Perrotta

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Os donos do fim de semana...



Não havia um único tijolo no imenso muro que cercava a morada onde JOÃO e MARIA passavam seus dias. 

Era de folhas verdes e flores vermelhas e raízes no chão, o muro ao redor da paz de MARIA e JOÃO. 

Estavam muito acostumados e dormiam abraçados até que as campainhas do peito dos passarinhos despertavam sempre o sol.

Tomavam banho no lago, protegidos pelas imensas cortinas bordadas com pingos puros da cachoeira vizinha. 

Maria ia para a cozinha: leite puro, café bom... João tratava os cavalos, caminhava pelo prado, respirava fundo e ia alimentar os patinhos, sem saber quem era COOPER. 

Assim passavam os dias quando o mundo era manhã.

João colhia alfaces, os dois comiam salada. 

Maria ficava contente, os dois " se davam risadas ".

Eram ambos muito humildes para aquela imensa casa. 

Nem sabiam quanto é caro alimentar uma piscina, o motor, a gasolina. 

A piscina estava lá, João não pagava imposto nem de renda nem de nada. 

Não comprava nem disco: João sabia cantar. 

E tocava violão " mal-apena " escurecia. 

Maria chegava perto e " ligava " o seu João ao programa favorito: A lua, o céu, as estrelas, às vezes o avião que levava as pessoas em busca da paz perdida.

Às vezes João parava de cantar e Maria fazia um "comercial " : Que café, João? 

O cafezinho tá boooommmm... 

Lá nunca havia nada: nem desastre, nem ladrão.

Muita gente da cidade poderia reclamar e achar monotonia a vida de todo dia de MARIA e JOÃO. 

Chegando o fim de semana começavam a chegar alguns carros, e muita gente.

João chamava Maria. 

Maria muito contente começava a preparar um almoço reforçado.

Era domingo, era festa. 

Mas, mesmo assim, as pessoas já chegavam reclamando: para um doía a cabeça do uísque d'outra noite. 

Outra brigou na estrada. 

A uma o filho não veio e ela se sentia só. 

Maria era só risos, gentileza, simpatia. 

As palavras muito erradas mas atitudes certas. 

João cuidava que tudo fosse a contento de todos: as mesinhas no gramado muito limpas, a piscina azulzinha. 

Nas gaiolas os passarinhos cantavam músicas aprendidas de João. 

Maria toda orgulhosa explicava pras senhoras o regime que fazia e porque não engordava: Ah! como muita verdura. 

Muita verdura fresquinha.

Uma das senhoras gorda lembrou do seu remédio:
" Meu Deus esqueci meu DIEMPAX ".

Os senhores se sentaram à beira da piscina vestidos como vieram.

Fumaram seus cigarros

Beberam seus uísques

Falaram dos seus negócios

Discutiram seus dinheiros

Resolveram reuniões

Comeram os seus churrascos

Beberam seus licores

Chegaram às soluções

Marcaram: Segunda e terça nos escritórios do centro, duas novas reuniões.

Dormiram nossos senhores.

Acordaram com a lua estranhando as presenças na paz de MARIA e JOÃO.

Roncaram seus motores, acenderam seus faróis, e foram  fazer estrada, na certeza de que o sítio, aquela sua propriedade, estava em muito boas mãos.

E na verdade estava mesmo: João simplório, o caseiro, pôs as mãos nas de Maria e levou-a até a varanda. 

Acendeu a Lua, deu brilho nas Estrelas. 

Pegou o violão e cantou uma velha e simples canção de amor.

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Autor : HÉLIO RIBEIRO

O Trem da VIDA...

DINHEIRO!!!!