segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Paxiúba a árvore Fenix.



Como a árvore que anda

Em momentos de escassez de alimentos na aldeia, um dos mais sábios índios foi para a floresta. 

Ele não tinha mais a agilidade para a caça.

E se embrenhando na floresta, foi meditar ou tentar, no murmúrio da mata, ouvir as vozes dos antepassados, protetores da nação indígena.

Foi ali, buscando um encontro com a natureza, que o índio viu que uma árvore, a Paxiúba, se deitara. 

Ela não desfrutava de sol porque árvores bem mais altas cobriam a luz que a deveria alimentar.

Observando-a, o índio constatou que suas raízes não eram fixas.

Que, deitada, ela lançara novas raízes. 

Dessa forma, percebeu que ela se deita, mas torna a se levantar quantas vezes sejam necessárias, até alcançar o seu alimento, o sol.

Ela se deita, mas não tomba. 

Ela luta e se levanta, indo em busca do que necessita.

O índio entendeu o recado da mãe natureza. 

Voltou para a sua aldeia e contou a singular experiência.

Sabendo que, naquele momento, o alimento era a grande dificuldade para o povo, passaram a usar a madeira da Paxiúba para suas zarabatanas.

Concluíram que, assim, teriam mais habilidade na caça, como se desejassem assimilar a simbologia da árvore guerreira.

Cientistas observaram a estranha árvore, com muita admiração.

Constataram que se trata de uma espécie de palmeira, natural da América Central tropical, que chegou à América do Sul e é encontrada na bacia do rio Amazonas, no Brasil, onde não lhe falta sol.

Nesse processo de tombar e lançar novas raízes, ela pode, no período de um ano, se deslocar até vinte metros.

* * *

A natureza nos surpreende. 

Um vegetal utiliza uma estratégia para se lançar em busca da luz, de que precisa.

Interessante lição para as nossas vidas.

Quando o desânimo nos fizer sucumbir, podemos cair. 

Quando o desespero nos abraçar, de forma demorada, podemos tombar.

Quando a tormenta se fizer tão forte, como um furacão que tudo destrói; quando tudo parecer dar errado, tudo estiver contrário aos nossos planos, aos nossos ideais, podemos nos deitar por terra.

Quando os ventos nos atingirem, e tivermos que nos dobrar até o solo, quase vencidos...

Nesse momento, deve luzir a nossa fé. 

Fará brilhar a luz que somos.

Então, lançaremos novas raízes e, como a Paxiúba, tornaremos a nos erguer.

A luta não acabou. 

Podemos ter perdido um combate contra a morte, contra as condições adversas, mas não perdemos a batalha.

As respostas surgem, as soluções aparecem, mesmo tímidas, como um singelo brilho de esperança.

Prossigamos.


sexta-feira, 3 de setembro de 2021

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Para onde estamos olhando?


A Tecnologia não consegue preencher nosso vazio interior, a falta de afeto, o afago, o abraço fraterno, o dialogo franco cara a cara, o olho no olho, um beijo carinhoso e etc...!!! 
Não podemos nos deixar vencer por um aparelho eletrônico, qualquer tipo de compulsão é vicio, vicio é doença!!!

Ronaldo Perrotta

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

A chama do aconchego.

 


A chama do aconchego
 
O que faria um pinguim nadar oito mil quilômetros, todos os anos, das águas geladas da Patagônia até uma praia de correntes mornas na costa do Rio de Janeiro?

Esta é a indagação que se fazem, nos últimos anos, os pescadores de uma aldeia que vêem o retorno do pinguim, ao qual até deram nome: Dindim.

Há mais de cinco anos, ele foi recolhido pelo pescador João de Souza. 


Estava exausto, faminto e coberto de óleo. 

João o alimentou com sardinhas e palavras doces.

Deu-lhe banho e o deixou livre. 

Mas, Dindim acabou ficando por ali mesmo, durante onze meses.

Quando ninguém imaginava que fosse embora, ele partiu.

A grande surpresa foi vê-lo de retorno aos braços do pescador, ano após ano. 

Para aquele animal, João significa carinho, proteção, segurança, alimento.

A felicidade é de ambos. 

Um oferece tudo de novo e manifesta a sua alegria. 

O outro, se felicita em receber.

*   *   *

Isso nos confere a lição do quanto gestos simples, no dia a dia, tornam os seres humanos mais generosos. 

E como todos necessitamos de um colo, de um aconchego.

Nestes dias de pandemia, diremos que não podemos abraçar, que não podemos oferecer o ombro a quem padece, que nem podemos fazer visitas a quem está hospitalizado.

Quem poderia imaginar que chegaríamos a esse patamar? 

Doentes isolados em hospitais, longe do carinho familiar.

A pandemia trouxe mudanças. 

E precisamos reinventar maneiras de estar com o outro, mesmo que seja à distância. 

Que o outro saiba que pensamos nele e que lhe enviamos as vibrações mais sinceras do nosso sentimento.

O coração cá fora se despedaça por não poder abraçar quem está internado. 

Por sua vez, o enfermo, se consciente, com certeza, se indaga se sobreviverá, se tornará a ver os seus amores.

Mais do que nunca, necessitamos aconchegar, acarinhar. 

Vivemos em tempo de muitas perdas. 

E as mais profundas são de ordem emocional.

Quantos nos sentimos destroçados por dentro, longe dos familiares, dos amigos, dos colegas...

É tempo de aconchego. 

Aprendamos a nos importar mais com o outro e a demonstrar isso.

Usemos o telefone, as mensagens de WhatsApp, o Instagram, o Facebook, as salas de bate-papo. 

Digamos para aqueles que nos importam o quanto eles são importantes.

Se alguém não entra em contato conosco, há algum tempo, tomemos a iniciativa. 

Utilizemos os meios possíveis para lhe perguntar como vai, como está vivendo esses dias. 

Alonguemos a conversa.

Deixemos que sinta o quanto ele significa em nossa economia de vida.

Se no grupo de Whats, alguém simplesmente nem espera a madrugada para dizer Olá, não pensemos que ele é inconveniente.

Pensemos que é alguém que está procurando colo.

E o nosso colo será a palavra amiga, respondendo, transmitindo o nosso Olá, atencioso.

É momento de compaixão, de paciência, de atendimento, de estender braços virtuais e preces de ternura.

Pensemos nisso. 

Não deixemos esfriar o amor, a solidariedade, a atenção.

Logo mais, haveremos de nos encontrar. 

Que não sejamos, então, simplesmente estranhos porque, durante meses, estivemos presentes uns nas vidas dos outros.

Distantes, mas presentes.

Artigo Saiba acolher, de Liane Alves, da revista Vida Simples


DINHEIRO!!!!