quarta-feira, 1 de abril de 2015

Sem mágoas no coração




                             Sem mágoas no coração

Ele era um cardiologista e escritor de sucesso.

Mas, era uma pessoa desagradável, amarga e enfezada.

Isso era de tal forma visível que, durante um voo, a comissária de bordo lhe sugeriu que lesse o livro Amor e sobrevivência.

Ele ficou envergonhado porque era o autor daquela obra.

Escrevera para os outros e não a aplicara para si.

Isso o fez pensar: Por que sou um homem de maus sentimentos?

Sou um dos homens mais importantes da América.

Por que tenho mau humor?

Deu-se conta que era infeliz porque odiava o próprio pai.


Ele não fora carinhoso, nunca lhe dera um abraço, nunca o beijara.

Resolveu acabar com isso para poder ser feliz.

Telefonou ao pai e informou que, na próxima semana, iria visitá-lo.

Deu o número do voo, a data e hora da chegada.

Quando chegou à cidade, o pai não estava no aeroporto.

Dr. Dean ficou muito contrariado.

Pegou um táxi, foi até a casa.

O pai estava sentado na sala e não se levantou para falar com ele.

Aumentou a sua raiva.

Pai, viajei dois mil quilômetros para falar com você.

Deve ser um motivo muito forte porque nunca me visitou.

O filho foi ficando mais irritado e resolveu despejar toda sua raiva.

Vim aqui para lhe dizer umas verdades.

Tenho muita mágoa do senhor porque nunca cuidou de mim com ternura.

E, agora, embora eu tenha tudo, me sinto infeliz e a culpa é sua.

Por que a culpa é minha?
– Perguntou o pai.

Porque o pai dos outros é carinhoso e você nunca foi.

Foi o momento do pai ponderar:

Meu filho, gosto muito de você e agradeço que honre nosso nome.

Sou um camponês, trabalho a terra.

Você é importante, anda voando em aviões, nas grandes festas.

Seu velho pai continua trabalhando com a enxada.

Você diz que não o abracei, é verdade.

Quando sua mãe morreu, você tinha oito anos e resolvi não me casar outra vez para não lhe dar uma madrasta.

Você não sabe o que foi viver solitário por amor a você.

Trabalhei no campo, dia e noite para lhe pagar a faculdade.

Você nunca me perguntou como é que consegui o dinheiro.

Renunciei a todo o conforto para que o meu filho fosse médico.

Você se tornou famoso e nunca se lembrou que tinha um pai velho e doente.

Como é que você se atreve a vir na minha casa dizer que não gosta de mim porque não lhe dei abraços?

E por que você, como criança, não me abraçou?

Por que você não me beijou?


Dr. Dean despertou:aquele homem extraordinário era o seu herói.

Ele morava num lugarejo, continuou trabalhando, respeitando o carinho do filho ingrato.

Abraçou-o e pediu perdão.

Nunca o perdoarei.

Foi a resposta.

E por que não?

Porque nunca tive mágoa de você.

Na condição de pai, sempre o amei.

Sei que você era muito inteligente, mas não tinha experiência da vida, que se adquire através do sofrimento e do trabalho.

A sua casa continua aqui, meu filho, e o seu pai continua o mesmo.

Concluiu o Dr. Dean: Naquele dia me libertei do orgulho e do egoísmo.

Agora, tudo que ensino aos outros, eu faço, porque encontrei a razão da vida.

* * *

Muitas vezes carregamos mágoas tolas, amargurando a própria vida.

Nada melhor do que um diálogo franco, aberto, para se ajustar detalhes e melhorar relacionamentos.

Pensemos nisso.

Com base em fatos da vida do Dr. Dean Ornish.

Amor & sobrevivência
A revolução dos sentimentos para tratar o coração
Dean Ornish
Saúde 268 páginas
Tradutora: Aulyde Soares Rodrigues

A ausência de relações afetivas saudáveis é um dos maiores fatores de risco para males como o câncer, a obesidade, o diabetes e a angina de peito. 
A tese é do cardiologista Dean Ornish que, em conjunto com instituições de pesquisas dos Estados Unidos, analisou a saúde de centenas de pacientes a fim de avaliar o reflexo do amor sobre essas doenças.

Os resultados das novas pesquisas que surpreenderam os americanos podem ser encontrados no livro Amor & sobrevivência, onde Ornish faz revelações sobre o isolamento emocional e espiritual como uma das mais graves ameaças ao ser humano nesse fim de século, tanto quanto o colesterol alto ou os triglicerídeos descontrolados. 
"A solidão produz reações químicas palpáveis, pois os hormônios do estresse custam muito mais a abandonar o organismo das pessoas que não têm com quem compartilhar suas aflições", afirma.

Em pacientes cardíacos, por exemplo, as artérias dos que se sentem pouco amados voltam a obstruir-se com mais facilidade que as artérias dos que se sabem apreciados e queridos. 
Entre os sobreviventes de infarto nos Estados Unidos, os que vivem isolados têm mais do dobro de chance de morrer no ano seguinte ao ataque cardíaco. 
As mulheres com câncer de mama, ovário ou útero têm uma sobrevida mais curta quando se sentem sós e desvalorizadas. 
E os jovens que não têm intimidade com os pais para compartilhar seus problemas têm mais probabilidades de ter câncer ou doenças mentais no futuro.

Para Ornish, a maior lição a tirar dessas pesquisas é que elas comprovam como, apesar de todos os desenvolvimentos tecnológicos, o ser humano continua a necessitar de gestos desinteressados de gentileza e carinho. 
Ele prega que além de dieta e meditação, a ioga e os grupos de apoio, terapêuticos e sociais, são fundamentais para evitar ou curar doenças e aproximar pessoas. 
A afetividade bem resolvida pode alterar definitivamente a química que alimenta tanto a doença em seus corpos quanto o mal-estar em suas mentes.

A receita de Dean Ornish é simples e baseia-se em uma nova revolução: a dos sentimentos – a única capaz de tornar o ser humano mais saudável e feliz. 
Uma revolução que pode alterar os padrões de doença da sociedade moderna.

Sobre o autor:

Dean Ornish foi considerado pela revista Life como umas das 50 mais influentes personalidades de sua geração. 
Parceiro de golfe e conselheiro de Bill Clinton, suas receitas de reeducação alimentar foram incluídas no cardápio oficial da Casa Branca e fazem parte do menu de vários astros e estrelas de Hollywood.

Catedrático da Cadeira Bucksbaum no Instituto de Pesquisas de Medicina Preventiva, uma organização sem fins lucrativos na Califórnia, fundada por ele, em 1984, Ornish é professor de medicina clínica na Universidade da Califórnia, São Francisco, e fundador do Centro de Medicina Integrada nessa universidade. É também clínico do California Pacific Medical Center.

PS: A MÁGOA envenena a ALMA!!!!

Ronaldo Perrotta

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