quarta-feira, 15 de junho de 2016

Sem se perturbar


 Sem se perturbar

Findava a tarde. 

A jovem, apressada, dirigia-se ao ponto de ônibus para apanhar a condução que a levaria para a faculdade.

Horário apertado. 

Saíra do trabalho e quase corria. 

À distância, viu o ônibus se aproximar e apressou o passo.

Mas, no exato momento em que se dispunha adentrar o ônibus, as portas se fecharam, com estrondo.

Pelo espelho da frente do veículo, ela pôde verificar o sorriso, que lhe pareceu de deboche, do motorista, como a dizer: Neste você não entra. 

Perdeu!

Ela se irritou e em voz alta, exclamou: Que maldade! 

Ele me viu. 

Não podia ter esperado um segundo?

Um rapaz, que vinha logo atrás, sorriu e falou: Não se estresse. 

Pense que logo virá outro ônibus.

Eu sei que logo virá outro. 

Acontece que cinco minutos a mais podem fazer com que eu chegue atrasada à aula. 

E tenho prova, no primeiro horário.

Ele continuou: Não se irrite. 

Vai dar tudo certo. 

Pense que virá outro ônibus, que não estará tão cheio quanto aquele. 

Que o motorista será mais gentil.

Consequentemente, sua viagem até o destino será muito mais agradável. 

Você chegará mais tranquila para a prova.

Ela olhou para o jovem, que continuava a sorrir, e disse: É, você tem toda razão.

Não tardou e apontou outro ônibus. 

As portas se abriram e ambos entraram.

Que legal, disse ela. 

Está mesmo quase vazio. 

Poderei ir sentada e acho que chegarei em tempo. 

Obrigada.

Cada qual procurou um assento e se acomodou. 

Enquanto a condução ia vencendo a distância, num contínuo parar, embarque e desembarque de passageiros, ela se pôs a pensar.

Nossa! 

Quase me estressei por nada. 

Bendito rapaz que me alertou, e conseguiu mudar meu humor.

Agora, vou chegar tranquila, em tempo. 

E estarei calma para fazer a prova. 

Bom seria que houvesse mais gente como ele.

Gente que nos acalma, que nos contagia com sua forma tranquila de falar e de encarar os fatos.

* * *

Quantas vezes nos irritamos por bagatelas, por coisas pequenas.

Quantas vezes assinamos recibo pela grosseria do outro e acabamos estragando nossas horas seguintes.

Melhor mesmo é modificar nossa forma de pensar. 

Perdemos a condução? 

Não tem problema. 

Logo virá outra.

O temporal nos surpreendeu no meio do caminho? 

O melhor é procurar um abrigo e aguardar os ventos e a chuva amainarem.

Nada na face da Terra é para sempre. 

Tudo é impermanente.

O dia sucede a noite escura. 

As estrelas brilham nos céus quando o sol se põe no horizonte e a lua chega, mostrando a sua cara redonda.

O calor inclemente é vencido pelos ventos e pela chuva.

O frio terrível é substituído pela estação primaveril, que traz o renascer das cores e dos perfumes.

Nada é definitivo neste planeta. 

Nem a própria vida.

Impermanente. 

Hoje estamos aqui, amanhã, poderemos estar em outras bandas.

Ou talvez já ter migrado para a Espiritualidade. 

Quem pode saber?

Somente Deus!

Por isso, vivamos cada minuto em totalidade e não nos desgastemos por coisas tolas, que têm duração efêmera, que logo passam.

Pensemos nisso. 

E vivamos mais tranquilos, menos nervosos, mais felizes.

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