Ao meu ver, a autoestima é uma das jóias mais preciosas que alguém pode ter.
Estimar-se, valorizar-ser, amar aquilo que é.
Essa experiência é absolutamente íntima, e depende de como me vejo e do que sinto por mim.
Atualmente vejo este termo muito relacionado à aparência física, como se autoestima significasse uma auto avaliação estética.
Longe de ser só isso!!!
Não raro aqueles que se preocupam excessivamente com este aspecto o fazem para compensar uma sensação de menos valia através da aprovação externa.
Uma baixa autoestima pode ser camuflada por uma autoestima inflada, na qual a pessoa precisa afirma-se o tempo todo publicamente.
E então procuramos preencher esse sentimento de valor pessoal buscando elementos que são valorizados coletivamente: dinheiro, status, beleza, potência de ação, juventude, poder, e assim por diante.
E por mais que se pregue que a autoestima deva partir de dentro, ela certamente pode ser afetada pela visão que o outro tem de nós.
Por isso ir atrás desses valores coletivos pode funcionar, o problema de afirmar-se com essas bases é que são valores fugidios.
Quanto tempo dura a beleza?
O poder?
Não raro esses indivíduos entrarão em crise quando esses elementos não estiverem mais presentes – numa doença, na velhice, numa crise financeira, etc…
A boa autoestima é composta por autoaceitação, inclusive das limitações que se tem.
É vivenciar o direito de existência, é adotar uma postura responsável perante a própria vida – sendo autor dessa obra de arte, e não vítima.
É ter cuidado consigo, fisicamente, psiquicamente, e espiritualmente.
É viver livre de culpa por ser quem se é, pois nada pior do que uma auto exigência severa para aniquilar o amor próprio.
É levar-se a sério e respeitar suas posições, pensamentos, sentimentos e desejos.
É ser fiel a si próprio, sendo honesto, autêntico e assumindo posições (sem que isso signifique que tenha que agredir o outro).
É ter autoconfiança, de forma contextualizada.
E por fim, por mais que possa parecer contraditório, é não levar-se tão a sério assim.
Autorize-se a errar, a fazer papel de bobo, a não estar pronto e nem a ser perfeito.
Psicologicamente podemos dizer que a autoestima inflada está enraizada nos valores quem compõem a persona, por isso se atrela tanto a papéis e a valores coletivos.
E a boa autoestima se pauta num “eu” mais profundo, quem tem direito de existir, de ser amado e de cumprir o seu destino.
Ainda esse mês pretendo escrever um post sobre como podemos ajudar nossos filhos, parceiros e amigos a construírem uma boa auto estima.
Acho que precisamos rever a forma como isso tem sido feito, pois a questão não tem somente impactos individuais, mas também sociais.
Autora: Ana Luisa Testa