sexta-feira, 26 de março de 2010


Um homem bom


Eles deixam-se ir ao sabor de suas aspirações e praticam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmos.

Pessoas assim existem muitas espalhadas por esse imenso mundo de Deus. Em todas as épocas, em todas as nações.

Longe, muito longe. E bem perto de nós. Por isso, prestemos atenção para não perdermos a chance de nos mirarmos em seu exemplo.

Assim era com Hans. Um pintor de paredes no século XX. Um homem simples que morava numa rua pobre, perto de Munique, na Alemanha.

Ele fora convocado para a Primeira Guerra Mundial. E voltara para casa, ileso.

Agora, a Segunda Guerra Mundial batia às portas e apertava o cerco a cada dia. Como uma megera que avançasse, penosamente se movimentando, entre as brumas do medo e da insegurança.

Quando a perseguição aos judeus se estabeleceu, ele perdeu muitos clientes. Afinal, os judeus tinham posses e, até há pouco, eram seus melhores clientes.

Agora, eles eram os indesejados sobre a face da Terra. Ao menos naquele pedaço de terra governado pela loucura daqueles dias.

Então, veio o aviso de que as bombas estavam chegando sempre mais próximas. Havia quem não acreditasse que aquela cidadezinha dos arredores de Munique pudesse constituir um alvo.

Mas os abrigos foram marcados e as janelas tinham que passar pelo processo de escurecimento para as horas noturnas.

Para Hans, foi uma oportunidade de trabalho. As pessoas tinham venezianas que precisavam ser pintadas. De preto.

Verdade que a tinta logo se esgotou. Mas ele pegou pó de carvão e foi misturando. Foram muitas as casas de todas as regiões de Molching das quais ele confiscou dos olhos inimigos a luz das janelas.

Muitas vezes, na volta para casa, mulheres que nada tinham além de filhos e miséria, corriam para ele e imploravam que pintasse suas janelas.

Ele poderia sugerir que elas utilizassem cobertores para pendurar nas janelas.

No entanto, sabia que eles seriam necessários quando chegasse o inverno.

Desculpe, não me sobrou tinta preta. – Dizia ele. Amanhã bem cedo. – Marcava.

E lá estava ele, na manhã seguinte, pintando as tais janelas. Por nada. Ou por um biscoito e uma xícara de chá quente.

Por vezes, uma conversa, no degrau da frente desta ou daquela casa. E o riso se erguia da conversa, antes de partir para o trabalho seguinte.

Um homem bom. Pobre, servia a quem mais pobre fosse. E servia com alegria.

A bondade é assim: espalha a sua graça, deixa as suas benesses, enquanto o doador segue adiante, para continuar a distribuí-la a mãos cheias.



Do livro A menina que roubava livros, de

Markus Zusak, ed. Intrínseca.


momento.com.br

segunda-feira, 22 de março de 2010


Você é insubstituível


Quantas vezes você já ouviu a frase: Ninguém é insubstituível?

Pensando bem, ninguém é insubstituível, no sentido de que todos os seres humanos somos transitórios.

Hoje estamos aqui e amanhã poderemos não mais estar. E, a qualquer momento, poderemos ser substituídos no cargo que ocupamos, na realização da tarefa que nos devotamos.

E essa é uma realidade de muitas instituições, onde as pessoas são descartadas, por qualquer motivo ou motivo algum.

Contudo, ao se repensar bem a frase, percebemos que ela é inverídica sob variados aspectos.

Basta se faça um passeio pela História da Humanidade e logo descobriremos pessoas que fizeram a grande diferença no mundo.

No campo de arte, recordemos de Beethoven. Ele morreu em 1827. Quem o substituiu?

Embora tantos músicos depois dele, ninguém compôs sinfonias como ele o fez.

Nunca mais houve outra Sonata ao luar. Ele foi único. E ouvindo as suas sonatas, seus concertos quem recorda que ele era surdo?

Único e insubstituível também foi Gandhi, o líder pacifista e principal personalidade da Independência da Índia.

Quem ensinou a não violência como ele o fez? Quem, depois dele liderou uma marcha para o mar, por mais de 320 quilômetros para protestar contra um imposto?

Quem conseguiu a independência de um país da forma que ele o fez?

E que se falar de Martin Luther King Junior? Depois dele, alguém teve um sonho que custasse a própria vida?

Um sonho em que os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos se sentassem à mesa da fraternidade.

Um sonho de que os homens não fossem julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu caráter.

Ele morreu em 1968. Quem o substituiu?

Quem substituiu Madre Teresa de Calcutá, com seu amor, seu bom senso, sua capacidade de entender a necessitada alma humana?

Quem substituirá o colo de mãe ao filho pequeno?

Quem poderá substituir o abraço da amada que partiu, do filho, do esposo que realizou a grande viagem?

Tudo isso nos leva a pensar que cada pessoa tem um talento especial, uma forma de ser particular e, com isso, marca sua passagem por onde passa.

Outros virão e tomarão seu lugar, realizarão suas tarefas, dispensarão amor, farão discursos importantes, mas ninguém como ela mesma.

Um órfão encontrará amparo e ternura em amorosos braços, o esposo poderá tornar a se casar mas nunca será uma substituição.

A outra pessoa tem outros valores, outros talentos, outra forma de ser.

Pensemos, pois, que, de verdade, cada um de nós onde está, com quem está, é insubstituível.

O que cada um de nós realiza, a ternura que oferece, a amizade que dispensa, o carinho que exprime é único.

Isso porque somos Criação Divina inigualável.

Criados à imagem e semelhança do Criador, com nuances especiais, conquistadas ao longo das eras e que se expressam no sentir, no agir, no falar.

Pensemos nisso e, em nossa vida, valorizemos mais as qualidades dos amigos, familiares, colegas, conhecidos, tendo em mente que cada um deles é insubstituível.

E valorizemo-nos porque também somos insubstituíveis no coração das pessoas e no mundo.


momento.com.br

terça-feira, 9 de março de 2010

A afeição


Presente sem igual

Ele era um foragido. Um judeu em meio ao tormento da Segunda Guerra Mundial.

Todos os dias sua consciência o acusava de covardia. Covardia moral por ter abandonado sua mãe, seus primos, quando lhe foi acenada a possibilidade de sobreviver, ocultando-se.

Por que somente ele? – Perguntava-se diariamente.

E todos os dias se desculpava com o casal que o mantinha escondido no porão frio naquele inverno interminável.

Desculpava-se por ter pensado mais na própria vida do que no risco a que expusera ambos, ao pedir asilo.

E havia a criança. Uma adorável menina que acabara de completar 12 anos.

Naqueles dias de tanta carestia, ela ganhara do pai um livro usado. Que tesouro!

Ele, o sobrevivente, se desculpara por não lhe dar nada. Afinal, nada tinha de seu.

Liesel, a garota encantadora, se aproximara e enrodilhara os braços em torno do pescoço dele:

Obrigada, Max.

Ela era a aniversariante e ele ganhava o presente.

Ao contato daquele abraço, ele levantou as próprias mãos e as encostou nos ombros de Liesel.

Aquele abraço lhe falava de afeto, família, carinho. Tudo tão distante, perdido na névoa dos meses, do medo e das incertezas diárias.

Nos dias que se seguiram, ele decidiu que lhe daria um presente.

Por isso, tomou do livro escrito por Hitler, que recebera para se instruir e destacou 40 páginas.

Imaginou que precisaria de 13, mas como deveria cometer alguns erros, resolveu se prevenir com maior número.

Da pilha de latas de tinta que o ocultava, destacou uma, abriu-a e pintou cada uma das páginas, deixando-as a secar em um varal improvisado.

Na sequência da semana, ele desenhou e escreveu a história de um fugitivo. A sua história.

E de seu encontro com uma menina que lhe ofereceu afeição. A ele, um judeu em terreno alemão.

As páginas receberam dois furos na margem, feitos à faca e depois foram unidas com barbante.

Então, numa madrugada silente, ele deixou seu esconderijo, subiu os degraus, foi ao quarto da menina e depositou a preciosidade ao lado da cama.

Ao despertar, vencendo o medo e o frio, ela desceu os degraus da escada. Embora não passasse de alguns metros, a distância pareceu de quilômetros.

O coração lhe batia descompassado no peito. Ela colocou sua mão no ombro dele, que dormia.

Não o despertou. Sentou-se, reclinou a cabeça, dobrando-se sobre si mesma e continuando com a mão no ombro dele, deixou-se ali ficar como quem vela o sono de alguém precioso e inestimável.

Nascia naquele momento uma verdadeira e profunda amizade.

* * *

A afeição surge de formas inusitadas, em estranhas situações.

Percebê-la, manifestar gratidão e alimentá-la é decisão pessoal.

Por vezes, gestos pequenos expressam sentimentos profundos.

Pensemos nisso e prestemos maior atenção a detalhes que somente parecem ser insignificantes.

Sobretudo, que haja sempre flores de gratidão no jardim das nossas palavras, no sol do sorriso e nos gestos em retorno ao doador que nos agracia com sua oferta.

Pensemos nisso...


Do livro A menina que roubava livros, de Markus Zusak, ed. Intrínseca

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O ano passado!!!


Quando a última árvore tiver caído,
quando o último rio tiver secado,
quando o último peixe for pescado,
vocês vão entender que dinheiro não se come.

Greenpeace

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A mão de Deus

Conta-se que o conquistador mongol Genghis-Khan tinha como animal de estimação um falcão. Com ele saía a caçar. Era seu amigo inseparável.

Certo dia, em uma das suas jornadas, com o falcão como companhia, sentiu muita sede. Aproximou-se de um rochedo de onde um filete de água límpida brotava.

Tomou da sua taça, encheu até a borda e levou aos lábios. No mesmo instante, o falcão se jogou contra a taça e o líquido precioso caiu ao chão.

Genghis-Khan ficou muito irritado. Levou a taça novamente até o filete de água e tornou a encher. De novo, antes que ele pudesse beber uma gota sequer, o falcão investiu contra sua mão, fazendo com que caísse ao chão a taça e se perdesse a água.

Desta vez o impiedoso conquistador olhou para a ave e falou:

Vou tornar a encher a taça. Se você a derrubar outra vez, impedindo que eu beba, você perderá a vida.

Na mão direita segurando a espada mongol, com a esquerda ele tornou a colocar a taça debaixo do filete de água e a encheu.

No exato momento que a levava aos lábios, o falcão voou rápido e a derrubou.

Ágil como ele só, Genghis-Khan utilizou a espada e, em pleno ar, decepou a cabeça do falcão, que lhe caiu morto aos pés.

Ainda com raiva, ele chutou longe o corpo do animal.

E porque a taça se tivesse quebrado na terceira queda, ele subiu pelas pedras para beber do ponto mais alto do rochedo, no que imaginou fosse a nascente da fonte.

Para sua surpresa, descobriu presa entre as pedras, bem no meio da nascente, uma enorme cobra venenosa. O animal estava morto há tempo, com certeza, porque mostrava sinais de decomposição. O cheiro era insuportável.

Nesse instante, e somente então, o grande conquistador se deu conta de que o que o falcão fizera, por três vezes, fora lhe salvar a vida, pois se bebesse daquela água contaminada, poderia adoecer e morrer.

Tardiamente, lamentou o gesto impensado que o levara a matar o animal, seu amigo.

* * *

Assim muitas vezes somos nós. A Providência Divina estabelece formas de auxílio para nós e não as entendemos. Pelo contrário, nos rebelamos.

Por vezes, a presença de Deus em nossas vidas se faz através dos sábios conselhos de amigos. Contudo, quando eles vêm nos falar de como seria mais prudente agirmos nessa ou naquela circunstância, nos irritamos. E podemos chegar a romper velhas amizades.

De outras vezes, Deus estabelece que algo que desejamos intensamente, não se concretize. Algo que almejamos: um concurso, uma viagem, um prêmio, uma festa, um determinado emprego. É o suficiente para que gritemos contra o Pai, nos dizendo abandonados, esquecidos do Seu apoio.

Raras vezes paramos para pensar e analisar sobre o que nos está acontecendo. Quase nunca paramos para nos perguntar: Não será a mão de Deus agindo, para me dizer que este não é o melhor caminho para mim?

Nada ocorre ao acaso. Tudo tem uma razão de ser. Você nunca se deu conta que um engarrafamento que o detém no trânsito por alguns preciosos minutos, pode lhe impedir de ser participante de um acidente mais adiante?

Um contratempo à saída de casa, que lhe retarde a tomada do ônibus no momento que você planejava, pode ser a mão de Deus interferindo para que você não se sirva daquela condução, para não estar presente no acidente que logo acontece.

Providência Divina. Esteja atento. Busque entender as pequenas mensagens que Deus lhe envia todas as horas.

E não se irrite. Não se altere. Agradeça. A mão de Deus está agindo em seu favor, em todos os momentos, todos os dias.


momento.com.br

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010



OS 3 ÚLTIMOS DESEJOS DE ALEXANDRE, O GRANDE...

Quando à beira da morte, Alexandre convocou os seus generais e relatou seus 3 últimos desejos:

1 - que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2 - que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas...); e
3 - que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões. Alexandre explicou:

1 - Quero que os mais eminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles
NÃO têm poder de cura perante a morte;

2 - Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;

3 - Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Não faça do seu cão uma ARMA!!!




CÃES DE GUARDA


O cão tem sido, ao longo do tempo, apresentado como companheiro do homem, exemplo de fidelidade.
O mundo pôde ver a cadela Baltique, da raça Labrador, acompanhar fielmente o enterro do seu dono, o Presidente da França, François Miterrand.
Raras são as crianças que não têm um cãozinho para brincar.
Um Poodle, Bassê, um simples vira-lata.
Alguns cães têm uma infinita paciência.
A criança os puxa, aperta, abraça, dá ordens.
Andam no triciclo com o menorzinho da casa, passeiam no carro com o patrão.
Alguns se submetem a virarem um tipo de boneco e se deixam colocar nos carrinhos de bebês, como se bebês fossem, participando da brincadeira de faz de conta.
As crianças os chamam de seus filhinhos e falam com eles, crendo que tudo entendem.
São famosas as histórias, imortalizadas nas telas do cinema e da TV, de cães que deram sua vida na defesa do ser humano.
Dos que morrem tristonhos sobre os túmulos dos seus donos.
Dos que, treinados, conduzem cegos, salvam vidas nos incêndios, nos terremotos, na neve.
O grande gênio Walt Disney criou um romance entre cães e até hoje nos encantamos com A dama e o vagabundo.
Fofinhos, travessos, brincalhões, os cães de estimação não saem de moda.
O que têm aumentado em número assustador são os cães de guarda.
Não os bons e velhos cães de guarda, ao mesmo tempo companheiros fiéis dos seus donos.
Uma outra classe bem diferente.
Em nome da violência que invade os lares, as pessoas erguem muros altos, instalam alarmes, contratam vigias.
E compram um cão de guarda, escolhido entre as raças mais agressivas.
Alguns cães têm a mordida igual ao impacto de uma tonelada.
Os treinadores e os criadores afirmam que cães bem criados não atacam pessoas inocentes.
Dizem que um cão de guarda é dotado do dom de diferenciar a voz de um criminoso da de um homem bem intencionado.
Com isto cresce não somente a procura por cães sempre mais agressivos, mas também os treinamentos a cada dia mais violentos.
Os cães se transformam em verdadeiras armas de guerra.
Um animal com instinto agressivo apurado por uma série de cruzamentos e submetido a treinamentos que o condicionam à violência, pode ser controlado durante muito tempo.
Mas não durante todo o tempo.
Assim, crianças e adultos, vez ou outra, são apanhados de surpresa e recebem mordidas de arrancar orelhas, quebrar ossos, traumatizar para o resto da vida.
* * *
Muitos de nós temos uma fera em nosso interior.
Chama-se temperamento.
Muitos desenvolvemos essa ferocidade, educando-nos para agredir, ferir, destruir.
Transferimos para os animais essas disposições, através de treinamentos e exigências.
Um dia, de repente, tais disposições poderão se voltar contra o próprio cultivador e despedaçar-lhe a vida.
Precaução, sim.
Prudência.
Medidas de cautela.
Contudo, se confiarmos nossa segurança a um cão treinado para a agressão, teremos que nos responsabilizar pelos seus atos perante a Lei de Deus e dos homens.
É que temos sob nossa guarda os animais, que foram colocados por Deus, no mundo, para nos auxiliar.
Se os transformamos em assassinos potenciais, agressores, estamos interferindo nas Leis naturais.
Por vezes, uma pequena negligência ou o despreparo para lidar com tais cães, pode permitir que eles firam pessoas.
A responsabilidade é sempre dos donos pela infelicidade ou dor que causarem a terceiros.
Texto: momento.com.br

DINHEIRO!!!!