segunda-feira, 4 de julho de 2016

A ÁGUIA e a CORUJA...



                            Problemas desnecessários

Certo dia, uma águia olhou para baixo, do alto do seu ninho, e viu uma coruja.

“Que estranho animal!” - Pensou consigo mesma. 

“Certamente não se trata de um pássaro.”

Movida pela curiosidade, abriu suas grandes asas e pôs-se a descer voando em círculos.

Ao aproximar-se da coruja, perguntou:

“Quem é você? 

Como é seu nome?”

“Sou a coruja.” - Respondeu o pobre pássaro, em voz trêmula, tentando se esconder atrás de um galho.

“Como você é ridícula!” - Riu a águia, sempre voando em torno da árvore.

“Só tem olhos e penas! 

Vamos ver”, acrescentou, pousando num galho, “vamos ver de perto como você é. 

Deixe-me ouvir sua voz. 

Se for tão bonita quanto sua cara vou ter que tapar os ouvidos.”

Enquanto isso, a águia tentava, por meio das asas, abrir caminho por entre os galhos para apanhar a coruja.

Porém, um fazendeiro havia colocado, entre os galhos da árvore, diversos ramos cobertos de visgo, e também espalhara visgo nos galhos maiores.

Subitamente, a águia se viu com as asas presas à árvore e, quanto mais lutava para se desvencilhar, mais grudadas ficavam suas penas.

A coruja lhe disse:
“Águia, daqui a pouco o fazendeiro vai chegar, apanhar você e trancá-la numa grande gaiola. 

Ou talvez a mate para vingar-se pelos cordeiros que comeu.

Você, que passou toda a sua vida no céu, livre de qualquer perigo, tinha alguma necessidade de vir até aqui para caçoar de mim?”

* * *

A fábula nos remete a reflexões em torno de nossa própria forma de ser.

É de nos indagarmos quantas vezes, simplesmente pelo prazer de nos imiscuirmos em questões que não nos dizem respeito, criamos problemas para nós mesmos.

Vejamos, por exemplo, a fofoca. 

Quando recebemos uma informação e passamos a repeti-la, de boca a ouvido, ou pelas redes sociais, sem nos indagarmos da sua veracidade, podemos criar dificuldades para nós.

A mais simples é de vermos nosso nome mencionado aqui e acolá, com desprezo ou com reservas, pela forma da nossa divulgação.

Afinal, diz-se, que quem de outro fala mal a um amigo, poderá, em breve, igualmente, desse amigo comentar com terceiros.

Consequência mais grave é nos envolvermos em processo que invoque indenização por dano moral daquele de quem passamos adiante acontecimentos, inverídicos ou não.

Ou podemos ser chamados à barra dos tribunais para prestarmos testemunho exatamente do que divulgamos, sem termos sido a fonte original.

Outro exemplo é nos inserirmos em discussões de terceiros, a respeito de assuntos polêmicos e delicados.

Nossos apartes poderão ser tidos como intromissão indevida e poderemos ouvir apontamentos desagradáveis.

Dessa forma, a fim de evitarmos nos emaranharmos, como a águia, ficando prisioneiros das nossas palavras e atitudes, pensemos bem antes de falar e de agir.

Não nos permitamos divulgar apontamentos desairosos sobre quem quer que seja.

O mal não merece divulgação em tempo algum, salvo se for para salvaguardar o bem-estar de pessoas ou instituições.

Meditemos a respeito.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. A águia,
do livro Fábulas e lendas, de Leonardo da Vinci,
ed. Salamandra.

A fofoca é um ato covarde e nojento!!!!

Ronaldo Perrotta

terça-feira, 28 de junho de 2016

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Um Brasil desejado


                                       Um Brasil desejado

O jovem apenas chegara na cidade e adentrara o Instituto, onde se matriculara para o curso de especialização.


A oportunidade de se aperfeiçoar, na sua área, no Exterior, o animava.

Na primeira aula, se apresentaria o inédito. 

O mestre, falando a respeito da cidade onde se encontravam, discorreu sobre problemas e soluções.

De forma sui generis falou, inicialmente, sobre questões econômicas, de algum tempo, que vinham mantendo aquela região em grandes dificuldades.

A cidade era um marasmo, não apresentando crescimento de qualquer espécie e um alto índice de desemprego, comentava.

E esclareceu: Graças, no entanto, aos bons políticos de nossa região, graças a esses homens públicos de visão, tudo se resolveu.

Ante o espanto do jovem, continuou o professor: Pensando na comunidade, idealizaram a construção de uma ponte, para uma comunicação mais rápida entre esta cidade e o país vizinho, para além do rio.

Uma ponte que permitisse o trânsito rodoviário e ferroviário. 

Dessa forma, entendendo-se as nações, num esforço conjunto, propiciaram que uma travessia, anteriormente feita por balsas, demandando cerca de duas horas e meia, tivesse o trajeto reduzido para trinta minutos.

Sem prejuízo ao país irmão, muitos dos nossos cidadãos passaram a buscar empregos do outro lado.

A economia de ambos os países melhorou, aumentando, inclusive, o turismo, atraído pelo ineditismo da ponte que tem uma parte submersa.

* * *

Bons políticos. 

Num país, onde as palavras propina, corrupção, desinteresse público se tornaram corriqueiras, natural que um discurso de tal ordem surpreenda.

Mas, também nos diz que há esperança no aparente caos porque se bons homens públicos os há em outra nação, também os deveremos ter por aqui.

Recordamos a exortação do Espírito André Luiz: Por nenhum pretexto, devemos condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público.

Ao contrário, cabe-nos orar em favor deles, a fim de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos.

Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica.

Mais ainda, somos convidados a cooperar com os poderes constituídos e as organizações oficiais, empenhando-nos desinteressadamente na melhoria das condições da máquina governamental, no âmbito dos próprios recursos. 

Um ato simples de ajuda pessoal fala mais alto que toda crítica.

Pensando nisso tudo, olhando para nosso pobre país, tomado de assalto por tantos problemas de ordem moral, cabe-nos, sim, orar ao bom Deus para que estenda o Seu olhar sobre todos nós.

Que homens de bem assumam o poder público. 

Homens que pensem no outro antes que em si mesmos, que se importem com o semelhante, que cuidem da coisa pública com zelo.

Que os que se encontram no poder, tenham olhos de ver e ouvidos de ouvir as necessidades de um povo esperançoso.

Um povo que tem os olhos no futuro e que deseja para os seus filhos uma nação ilustrada, sadia. 

Uma nação de paz.

Oremos por esse Brasil renovado!

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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Sem se perturbar


 Sem se perturbar

Findava a tarde. 

A jovem, apressada, dirigia-se ao ponto de ônibus para apanhar a condução que a levaria para a faculdade.

Horário apertado. 

Saíra do trabalho e quase corria. 

À distância, viu o ônibus se aproximar e apressou o passo.

Mas, no exato momento em que se dispunha adentrar o ônibus, as portas se fecharam, com estrondo.

Pelo espelho da frente do veículo, ela pôde verificar o sorriso, que lhe pareceu de deboche, do motorista, como a dizer: Neste você não entra. 

Perdeu!

Ela se irritou e em voz alta, exclamou: Que maldade! 

Ele me viu. 

Não podia ter esperado um segundo?

Um rapaz, que vinha logo atrás, sorriu e falou: Não se estresse. 

Pense que logo virá outro ônibus.

Eu sei que logo virá outro. 

Acontece que cinco minutos a mais podem fazer com que eu chegue atrasada à aula. 

E tenho prova, no primeiro horário.

Ele continuou: Não se irrite. 

Vai dar tudo certo. 

Pense que virá outro ônibus, que não estará tão cheio quanto aquele. 

Que o motorista será mais gentil.

Consequentemente, sua viagem até o destino será muito mais agradável. 

Você chegará mais tranquila para a prova.

Ela olhou para o jovem, que continuava a sorrir, e disse: É, você tem toda razão.

Não tardou e apontou outro ônibus. 

As portas se abriram e ambos entraram.

Que legal, disse ela. 

Está mesmo quase vazio. 

Poderei ir sentada e acho que chegarei em tempo. 

Obrigada.

Cada qual procurou um assento e se acomodou. 

Enquanto a condução ia vencendo a distância, num contínuo parar, embarque e desembarque de passageiros, ela se pôs a pensar.

Nossa! 

Quase me estressei por nada. 

Bendito rapaz que me alertou, e conseguiu mudar meu humor.

Agora, vou chegar tranquila, em tempo. 

E estarei calma para fazer a prova. 

Bom seria que houvesse mais gente como ele.

Gente que nos acalma, que nos contagia com sua forma tranquila de falar e de encarar os fatos.

* * *

Quantas vezes nos irritamos por bagatelas, por coisas pequenas.

Quantas vezes assinamos recibo pela grosseria do outro e acabamos estragando nossas horas seguintes.

Melhor mesmo é modificar nossa forma de pensar. 

Perdemos a condução? 

Não tem problema. 

Logo virá outra.

O temporal nos surpreendeu no meio do caminho? 

O melhor é procurar um abrigo e aguardar os ventos e a chuva amainarem.

Nada na face da Terra é para sempre. 

Tudo é impermanente.

O dia sucede a noite escura. 

As estrelas brilham nos céus quando o sol se põe no horizonte e a lua chega, mostrando a sua cara redonda.

O calor inclemente é vencido pelos ventos e pela chuva.

O frio terrível é substituído pela estação primaveril, que traz o renascer das cores e dos perfumes.

Nada é definitivo neste planeta. 

Nem a própria vida.

Impermanente. 

Hoje estamos aqui, amanhã, poderemos estar em outras bandas.

Ou talvez já ter migrado para a Espiritualidade. 

Quem pode saber?

Somente Deus!

Por isso, vivamos cada minuto em totalidade e não nos desgastemos por coisas tolas, que têm duração efêmera, que logo passam.

Pensemos nisso. 

E vivamos mais tranquilos, menos nervosos, mais felizes.

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sábado, 11 de junho de 2016

Preservando-nos do mal



                              Preservando-nos do mal

A jovem mãe estava muito preocupada. 


O bebê, de poucos meses, repentinamente, adoecera.

A temperatura se mantinha alta, sinalizando uma febre que teimava em não ceder.

O pediatra fora ouvido. 

Exame clínico, exames laboratoriais. 

Nada acusava qualquer anomalia física.

Nada justificava o quadro febril persistente, que não cedia aos medicamentos prescritos.

Em quase desespero, Lúcia telefonou para a mãe. 

Ela criara cinco filhos. 

Tinha experiência. 

Quem sabe, poderia ajudar?

Com as palavras saindo atropeladas da boca, pela ansiedade e preocupação, ela foi contando a forma repentina com que a febre surgira e não abandonava o corpo pequeno do seu bebê.

E, como estava falando com sua mãe, aproveitou e foi despejando as dificuldades de relacionamento com o marido a quem dizia ser nervoso e culpá-la de tudo.

A mãe, ponderada, fez observações, referindo-se ao clima que deveriam estar, ambos, criando no lar. 

Um clima pesado, onde as discussões se sucediam, com acusações de uma e de outra parte, por coisa nenhuma e por quase tudo.

O bebê é frágil. – Disse a senhora experiente. 

Esse clima pesado lhe faz mal. 

Ele registra e reage, fisicamente, com uma febre que parece não ter motivo.

Modifiquem esse clima mental. 

Harmonizem-se e verão como o bebê reagirá aos medicamentos e logo estará melhor.

* * *

Foi Jesus quem nos ensinou que conheceríamos averdade e ela nos libertaria.

Saibamos que pensamentos, sentimentos, emoções, geram energias que se espalham ao nosso redor.

Quando vivemos em clima de tranquilidade, de amor e amizade, tudo flui positivamente.

Ao contrário, os momentos de desentendimentos, de palavras chulas, deixam um ambiente pesado, um ar envenenado.

De acordo com o que pensamos, falamos e fazemos, criamos o ambiente, ao nosso redor.

Quando temos uma criança pequenina, um animalzinho, um doente ou um idoso enfraquecido em casa, serão eles os primeiros a captar as energias negativas.

Essas energias são absorvidas em nível espiritual e se refletem no corpo físico, registrando mal-estar, febre, dores, indisposição...

* * *

Quando pronunciamos a oração dominical, ensinada por Jesus, costumamos pedir: Livrai-nos do mal.

Costumeiramente pensamos que o Mestre nos ensinou a pedir a Deus para nos livrar do mal que os outros nos possam fazer.

Contudo, nos esquecemos de que realmente nos faz muito mal, o mal que está dentro de nós mesmos.

Quando pensamos de forma negativa, geramos o mal.

Quando falamos bobagens, espalhamos o mal.

Quando fazemos o mal, nós nos comprometemos com ele.

Não por outro motivo, um grande orador disse, certa vez: O mal que nos fazem não nos faz mal. 

O mal que nos faz mal é o mal que fazemos.

E esse mal que está em nós, ninguém pode tirar, senão nós mesmos.

Enquanto não modificarmos nosso interior para melhor, estaremos usufruindo do nosso próprio veneno.

Oremos, pedindo a Deus nos ajude nessa transformação íntima.

Espalhemos sempre paz e harmonia ao nosso redor e usufruamos de felicidade, de bem-estar nós e nossos amores.


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PS: Essas energias negativas podem nos atingir ou atingir nossos animais de estimação, a INVEJA, o ÓDIO, a FOFOCA podem nos atingir e podemos ficar doentes, por isso não esqueça do que o Mestre Jesus disse: "ORAI E VIGIAI".

Ronaldo Perrotta



terça-feira, 7 de junho de 2016

O que possuímos...


 O que possuímos

É interessante notar como desejamos, no mundo, tantas coisas, que nos parecem imprescindíveis.


Quantas vezes, em meio às tarefas que nos cabem, na oficina de trabalho, não desejamos um emprego melhor?

Pois é. 

Gostaríamos de um melhor ambiente, um chefe menos rigoroso, uma carga horária menor, um salário maior.

No entanto, centenas de pessoas anseiam somente por ter um emprego. 

Qualquer que fosse. 

Um salário mínimo, ao menos, para saírem da penúria total.

Quantas vezes reclamamos dos pratos servidos no almoço e no jantar? 

Sempre a mesma coisa. 

Parece que a cozinheira está desprovida de ideias ou anda com preguiça.

Entretanto, enquanto almejamos pratos mais sofisticados e variados, milhares, no mundo todo, desejam apenas um prato de comida.

Olhamo-nos ao espelho e reclamamos da cor dos olhos. 

Como seria bom se tivéssemos olhos claros. 

Ou escuros. 

Mais esverdeados.

Contudo, inúmeras criaturas aguardam simplesmente a oportunidade de enxergar. 

Anseiam por uma córnea, uma cirurgia que os libere da cegueira em que se encontram.

Encantamo-nos com as vozes do cantor, do locutor e desejaríamos ter uma voz bonita, cristalina. 

Ou encorpada, máscula.

Ao nosso lado, porém, caminham muitos que desejariam apenas ter a ventura de falar, em qualquer tom.

Pensamos, olhando nossos pais, que seria muito bom se eles fossem mais esclarecidos, tivessem diplomas universitários.

Tivessem, enfim, uma visão mais ampla do mundo.

Seria tão bom! 

Mas, em nosso mesmo bairro, existem dezenas de pessoas que almejariam simplesmente ter pais.

Fossem eles iletrados, analfabetos, pobres de entendimento. 

Mas que estivessem ao seu lado para amá-los.

Reclamamos da rua barulhenta em que se situa a nossa casa, do cachorro do vizinho que late toda noite, perturbando-nos o sono.

Desejaríamos silêncio. 

Um bairro tranquilo, cães disciplinados, ruas sem trânsito. 

Muito silêncio para nossa leitura, nosso descanso, nosso lazer.

Nem nos damos conta de que centenas de criaturas almejam ardentemente, simplesmente ouvir. 

O que quer que seja. 

O ruído do trânsito, o apito das fábricas, a gritaria da criançada.

Qualquer coisa, contanto que pudessem ouvir.

Olhamos, com olhos de desejo, as vitrinas abarrotadas de sapatos lindos. 

Modelos recém-chegados. 

Lançamentos.

Gostaríamos tanto que nosso orçamento nos permitisse comprar um novo par. 

Afinal, os nossos andam um pouco gastos e fora de moda.

Enquanto olhamos para nossos pés, desejando novos sapatos, muitos contemplam os próprios membros inferiores, desejando apenas ter pés.

Pensamos num carro novo, mais confortável. 

Um carro com porta-malas maior, que caiba mais coisas.

Enquanto isso, bem próximo de nós, muitos apenas sonham com a possibilidade de se locomoverem de um lado a outro com as próprias pernas.

* * *

É justo sonhar. 

É bom desejar melhorar o padrão de vida. 

Isso faz parte do progresso do ser humano.

Entretanto, que esses anseios não se constituam em nossa infelicidade. 

Não esqueçamos de dar o devido valor ao que temos.

Valorizemos a possibilidade de andar, ouvir, enxergar, de nos locomover de um a outro lado, por nossa própria conta.

Sejamos gratos pela nossa família, pequena ou grande. 

Ilustrada ou não.
Agradeçamos, enfim, a Deus, pelo dom da vida. 

Por estar na Terra, abençoada escola.

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DINHEIRO!!!!